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O capitalismo selvagem das tevês, destruindo a Educação brasileira, que insiste em não avançar devido à ausência dos valores humanos.
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Roma: ano 80 da era cristã; o imperador Tito abre o Coliseu com os célebres jogos inaugurais de 100 dias. Nas arquibancadas, mais de 50 mil pessoas regozijam-se com o sangue que jorra da arena, proveniente do embate entre gladiadores, feras, prisioneiros. Lutas, exibição, execução.
O Coliseu romano é o símbolo por excelência da forma como a violência, traduzida em espetáculo, fascina os seres humanos. Nas mais diversas eras – dos torneios medievais às execuções jacobinistas – homens e mulheres consomem violência com deleite, prazer.
O decantado “triunfo” da razão anunciado pela ciência no século 19 é desafiado por manifestações humanas que remetem ao instinto animalesco, à desrazão. A espetacularização da violência representa apenas um destes “desafios”.
Atualmente, o fenômeno traduz-se pelo sucesso do UFC, onde, sob o signo do esporte, homens e mulheres se agridem mutuamente diante de milhares de (tele)espetactadores que vibram, se excitam diante de cada golpe, cada jato de sangue que escorre dos gladiadores modernos, ídolos.
Os defensores da modalidade alegam que não se trata de violência gratuita, há regras (?), e que o propósito é canalizar a violência das pessoas e ensinar o respeito mútuo, a amizade e a disciplina. O problema torna-se preocupante quando o combate sai do MMA e toma as ruas, praças, escolas. Jovens se chutam, esmurram, combatem, disseminando o “respeito” e a “amizade” entre si.
André Luis Bertelli Duarte (Mestre em História)
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